Quanto precisa ganhar para ser classe média ou rico no Brasil?
Análise revela disparidades na distribuição de renda entre classes sociais e regiões brasileiras.
Por Lorena de Sousa | ICL*
A discussão sobre classes sociais o Brasil ganha um novo capítulo com a análise da divisão de renda e suas implicações. A análise das faixas de renda é fundamental para essa compreensão e para a formulação de políticas mais eficazes.
A determinação de quem é considerado rico ou de classe média continua a ser um tema central, especialmente quando se trata de políticas públicas. No entanto, a falta de consenso sobre as definições de classes sociais complica essa discussão.
Normalmente, a população é dividida em três grandes grupos, mas críticos apontam que essa abordagem ignora as desigualdades regionais e sociais. Assim, surgem novas propostas para uma compreensão mais precisa da realidade socioeconômica.
Novas abordagens para definir classes sociais
O economista Daniel Duque, da FGV Ibre, sugere uma nova divisão: três faixas de renda com cerca de 70 milhões de pessoas cada. Segundo ele, isso permite uma visão mais precisa das diferenças econômicas.
Tal método considera Classe C quem vive com até R$ 880 por pessoa. Acima de R$ 1.761, a pessoa já está no topo da pirâmide.
Esse método visa direcionar adequadamente políticas públicas, corrigindo distorções em transferências de renda.
Critérios de renda familiar total
Em contrapartida, a Tendências Consultoria utiliza a renda familiar total para definir as classes sociais. Aproximadamente metade dos brasileiros encaixa-se nas Classes D e E, com renda de até R$ 3.500.
Esses dados mostram que ser considerado rico depende do contexto econômico e regional.
- Classe D e E: renda mensal domiciliar de até R$ 3,5 mil.
- Classe C: renda mensal domiciliar entre 3,5 mil e R$ 8,3 mil
- Classe B: renda mensal domiciliar entre R$ 8,3 mil e 26 mil.
- Classe A: renda mensal domiciliar superior a R$ 26 mil.
Renda média e desigualdade regional
Dados do IBGE mostram que, em junho de 2025, a renda média do trabalhador brasileiro alcançou R$ 3.457.
Esse aumento vem acompanhado de uma redução na taxa de desemprego e de um recorde de empregos formais. Entretanto, a riqueza no Brasil é fortemente influenciada por fatores regionais.
O Mapa da Riqueza, elaborado pela FGV Social, destaca variações significativas. No Lago Sul, em Brasília, a renda média é de R$ 23.141, enquanto em Ipixuna do Pará é de apenas R$ 71.
Capitais como Florianópolis lideram em renda per capita, contrastando com cidades do Norte e Nordeste. Isso evidencia que as disparidades não são apenas de classe, mas também geográficas.
Esses dados, juntamente com as informações regionais, ajudam a compreender a complexidade das desigualdades econômicas do país. Portanto, há uma necessidade urgente de políticas públicas eficazes para reduzir essas disparidades.
*ICL notícias, https://capitalist.com.br/quanto-precisa-ganhar-para-ser-classe-media-ou-rico-no-brasil/, 07/08/2025