sua carreira – diplomacia
Profissão ganha visibilidade e
abre mais vagas a novato
Com salário inicial de R$ 7.000, área atrai 8.000
ao ano
ANDRESSA ROVANI, DA REPORTAGEM LOCAL
Defender os interesses nacionais está
em alta. A maior visibilidade brasileira no cenário mundial e a necessidade
de interlocutores tupiniquins no comércio exterior têm dado destaque à
carreira diplomática.
Uma profissão considerada glamourosa, a
diplomacia reserva a seus profissionais parte dos benefícios mais desejados
no universo corporativo: estabilidade, salário inicial acima de R$ 7.000,
vivência internacional e pós-graduação, além, é claro, de viagens
constantes.
A boa notícia é que está mais fácil
entrar para esse seleto grupo. O governo brasileiro pretende ampliar de
1.000 para 1.400 o número de seus diplomatas. O reflexo disso é a expansão
no número de vagas ofertadas no concurso público anual do Itamaraty -o único
meio de acesso à carreira.
Até 2005, eram oferecidas cerca de 30
vagas ao ano. Esse número saltou para 105 em 2006 e deve permanecer nesse
patamar pelos próximos seis anos, diz o coordenador de admissão, Geraldo
Tupynambá.
Dos aprovados, 47% têm de 26 a 30 anos.
Da turma de 101 diplomatas que tomaram posse na semana passada, 30 têm
formação em direito, 23 em relações internacionais e 18 são jornalistas. Mas
o concurso é aberto a qualquer candidato com diploma superior.
A diplomata Marise Nogueira Guebel, 42,
por exemplo, é médica. "Estava fazendo um balanço da minha vida e decidi
mudar", conta ela, que está alocada na embaixada brasileira em Buenos Aires
há sete meses.
Guebel, aprovada em 2003, se preparou
durante um ano para a prova por meio de pós-graduação em negociações
internacionais e aulas particulares específicas para o concurso. Nesse
período, continuou exercendo a medicina e cuidando das duas filhas pequenas.
"Há muitos mitos a serem vencidos por
aqueles que querem ser diplomatas. O primeiro, o de que é "impossível" ser
aprovado no concurso. O segundo, o de que é uma carreira em que se entra por
indicação."
O nível de dificuldade da prova e o
número de candidatos -que chegou a 8.800 neste ano- são os responsáveis por
assustar os pretendentes.
"Mas tem aumentado muito o número de
interessados", atesta Sidney Ferreira Leite, coordenador da pós-graduação
preparatória para diplomacia da Trevisan. "O Itamaraty espera que seu
diplomata seja uma força motriz capaz de incentivar negócios no exterior."
SAIBA MAIS
O que faz um diplomata?
O diplomata é um servidor público
federal. Ao longo de sua carreira, ele irá necessariamente trabalhar no
Brasil e no exterior, nas mais diversas áreas, e atuará onde o interesse
nacional tenha expressão internacional. Comércio exterior, relações
políticas e econômicas, cooperação internacional, divulgação cultural,
assistência consular -todas essas são áreas da política externa de atuação
de um funcionário diplomático.
Ele trabalha só no exterior?
Não. Ele passa, em média, metade da
vida profissional no exterior. A mudança é constante: a permanência em cada
posto é de três anos. |
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