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,
29/08/2017

Após desistir de cursar medicina, bióloga se dedica à paixão pelos animais



Fabiana André é responsável pelos mamíferos terrestres do Aquário de SP. Sua
função é cuidar do recinto e proporcionar bem-estar aos bichos.

Por Vanessa Fajardo, G1



Guia de carreiras – Após desistir de cursar medicina, bióloga trabalha com
animais


Fabiana André Padilha, de 32 anos, sonhava em ser médica. Passou no vestibular
para medicina de uma universidade pública, mas empatou com outra candidata e
perdeu a vaga quando chegou na idade como critério de desempate. Ela era mais
jovem do que a concorrente.


 “Confesso que fiquei desgostosa, mas sempre tive esse gosto por cuidar e
investigar. No colégio um professor virou pra mim e disse que eu daria uma ótima
bióloga. Eu pensei: será? E hoje sou extremamente apaixonada pela biologia é o
que eu realmente amo. Faria de novo”, diz.


Fabiana é uma das 40 biólogas que atuam no Aquário de São Paulo, na Zona Sul,
que abriga mais de 100 espécies de animais, incluindo um casal de urso polar.
Ela é responsável pelo setor de mamíferos terrestres. Cuida dos recintos,
elabora dietas e promove o bem-estar dos bichos. Aliás, todos eles têm nomes.


Quando a reportagem do G1 esteve
no aquário, Fabiana estava pesando os coalas. As imagens só puderam ser feitas
do lado de fora do recinto para não estressar os animais que passam a maior
parte do dia dormindo e cheiram a eucalipto, segundo relatos. As regras para o
manejo dos bichos são rígidas. No espaço dos cangurus, Fabiana só pôde ser
acompanhada por uma pessoa quando foi alimentá-los no período da entrevista.


A bióloga diz que adoraria cuidar os animais em seu habitat, e que espaços como
zoológicos ou aquários deixassem de existir em função da degradação do meio
ambiente. “Mas infelizmente algumas espécies entraram em extinção, e é o
trabalho dessas pessoas que fazem com que sejam conservadas.” Ela lembra que já
passou muitas madrugadas cuidando de filhotes que foram resgatados.


“Já perdi as contas de quantas noites passei em claro dando de mamá para uma
lontra porque teve alguém que matou sua mãe. Os pinguins que vieram para cá
estavam totalmente sujos de óleo. Limpamos pena por pena. Eles eram filhotes
tinham de alimentar de duas em duas horas.”


Mais de 50 áreas de atuação


O mercado para os biólogos não está restrito somente ao trato com os animais. Os
profissionais possuem mais de 50 áreas de atuação, segundo o Conselho Federal de
Biologia.


A desvantagem da formação generalista é que ela abre espaço para competição com
outras carreiras, como biomedicina ou gestão ambiental. “Inicialmente essas duas
áreas eram de um biólogo. Hoje num laboratório um biólogo pode perder vaga para
um biomédico.”


Por isso, a dica de Fabiana é de não parar de estudar após a graduação. “Bio
significa vida, esta é a profissão de investigar a vida em todas as suas
vertentes. Estudar só o período da graduação não é suficiente. Como o mercado de
trabalho está cada vez mais competitivo, é necessário continuar.”


 “É preciso paixão e não desistir dos sonhos”


A dica de Marcelo Szpilman, biólogo marinho formado pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), para ser um bom profissional é paixão e persistência. “A
pessoa para ter empregabilidade precisa estudar, tem de correr atrás. A área de
biologia infelizmente é restrita, mas o que fazem com paixão conseguem um lugar
ao sol. Diferente do médico que não fica desempregado, mesmo sendo péssimo, na
biologia não há mercado para todos.”


É de Marcelo Szpilman a concepção, direção e responsabilidade técnica do AquaRio,
o maior aquário marinho da América do Sul, inaugurado em outubro de 2015, no Rio
de Janeiro .


O AquaRio possui uma área construída de 26 mil metros quadrados, com um circuito
de 28 tanques que abrigam peixes da costa brasileira, do Caribe e do
Indo-Pacífico. Ao todo, são 4,5 milhões de litros de água salgada e cerca de 3
mil animais de 350 espécies diferentes.


Autor de cinco livros, sobre tubarões e peixes marinhos, o biólogo criou há 22
anos o Instituto Ecológico Aqualung, uma ONG que atua em defesa da preservação
do meio ambiente marinho. Szpilman afirma que os jovens precisam ter paciência
para colher os frutos da profissão, nem sempre rápidos.


“Vai ser duro, vai levar tempo, se não tiver paciência, não vai conseguir. E não
pode perder a paixão, eu tenho até hoje. Quando termina é melhor se aposentar,
mudar de profissão. Novos projetos, oportunidades, ajudam a manter a paixão.
Quem se acomoda, fica para trás.”

Categorias: Biologia

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