Folha de São Paulo, fovest, terça-feira, 26 de maio de 2009

CARREIRA

 Área empresarial é uma opção para quem se forma em RI

Alguns cursos têm matérias obrigatórias em negócios; em outros, são optativas

JULIANA CARIELLO, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Relações internacionais não são sinônimo de Itamaraty. Os profissionais da área também podem atuar em empresas, ajudando-as a conquistar mercados no exterior, a construir marcas sólidas, a cuidar de suas relações com o governo e a atrair compradores na Bolsa para suas ações.

Tanto alunos de cursos de relações internacionais com foco em negócios – como Anhembi, ESPM e Faap- quanto com formação mais sólida em ciências políticas -como PUC, Unesp e USP- estão aptos a trabalhar em corporações.

Todos os coordenadores das faculdades acima citadas disseram que os formados em seus cursos teriam condições de atuar na área empresarial.

A diferença entre os dois tipos de curso é que instituições como as três primeiras têm na grade obrigatória matérias de negócios, finanças ou marketing, enquanto em universidades como as três últimas essas disciplinas podem ser cursadas apenas entre as eletivas.

“O aluno, nos últimos semestres, pode escolher eletivas de negócios, comércio. Antes disso irá ver política, história, sociologia e economia”, diz o coordenador do curso de RI da PUC-SP, Reginaldo Mattar.

Na mesma direção de oferecer um curso “clássico em humanidades” está a Unesp.

“Optamos por um que não priorizasse o caráter profissionalizante. Estágios servem para isso”, diz o coordenador de RI da Unesp em Franca (a 399 km de SP), Samuel Soares.

Já a coordenadora do curso de RI da Anhembi, Thania Lemke, defende uma formação para o mercado e para a vida.

“O foco principal é desenvolver habilidades e competências voltadas para o mercado de trabalho, devido à crescente demanda do setor de negócios, o que nos faz incluir na grade obrigatória matérias correlatas. Mas isso não nos impede de oferecer uma formação também para a vida.”

Cientes das propostas variadas na área de RI, os coordenadores aconselham o jovem a se informar sobre a grade curricular antes de fazer a opção.

“Como os cursos de RI no Brasil não têm uma base curricular do MEC, é importante esse tipo de informação prévia”, aconselha a coordenadora de RI da USP, Janina Onuki.

Natalie Leite, 21, escolheu a Faap pelo foco empresarial dado ao curso de RI. Uma das matérias essenciais para seu estágio na Copen (Companhia Paulista de Energia) é a que explica o mercado financeiro. “Aprender como funciona o mercado financeiro é essencial, pois o mercado de energia elétrica segue os mesmos fundamentos.”

 Profissional tem de derrubar barreiras

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O profissional de RI deve “antever por quais obstáculos a empresa terá de passar para expandir os negócios em novos países”. Para isso, tem de considerar “variáveis político-econômicas, socioculturais e legais”, segundo a coordenadora de RI da Anhembi, Thania Lemke.

O chefe do departamento de RI da ESPM, Rodrigo Cintra, diz que o trabalho de relacionamento empresa-governo consiste em negociar a remoção de barreiras à venda dos produtos em um país. “O “diplomata corporativo” precisa, ainda, convencer investidores de que adquirir as ações da sua empresa é um bom negócio.”

 


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