O ESTADO DE SÃO PAULO – 19/08/2014 – SÃO PAULO, SP
Câmpus da Unifesp na zona leste abrigará o `Instituto da Cidade`
BÁRBARA FERREIRA SANTOS E GUILHERME SOARES DIAS –
O câmpus da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) na zona leste da capital paulista vai sediar o
`Instituto da Cidade` e abrir cerca de 5 mil vagas para 8 novos cursos da
instituição, ligados aos desafios da capital, como o trânsito. A unidade ficará
em um terreno da antiga metalúrgica Gazarra, na Avenida Jacu Pêssego, número
2630. Nela serão criados os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Mobilidade
e Transportes, Engenharia Ambiental e Sanitária, Arquitetura e Urbanismo,
Design, Geografia, Administração Pública e Turismo.
Como o terreno possui
trechos com contaminação, a universidade aguardava a liberação da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para o início das obras. O órgão já
liberou metade do terreno para contratação de projetos e obras de um dos
prédios, que abrigará cinco dos cursos previstos.
Nesta terça-feira, 19, o
Ministério da Educação (MEC) informou a liberação de R$ 3 milhões para a
contratação do projeto executivo para o câmpus. O anúncio foi feito em coletiva
de imprensa na Prefeitura de São Paulo, com presença do ministro da Educação,
Henrique Paim, da reitora da Unifesp, Soraya Smaili, e do prefeito de São Paulo,
Fernando Haddad (PT).
`Existia a contaminação
superficial em porções pequenas do terreno. Agora os recursos foram liberados e
as licenças também. Em poucos dias teremos empresas fazendo o projeto-executivo`,
afirmou a reitora da Unifesp. Questionada se a unidade da zona leste da Unifesp
pode ter os mesmos problemas da USP Leste, a reitora descartou essa
possibilidade. `Não abrimos o ano passado para fazermos isso de forma
responsável. Não quisemos fazer o mesmo que fizeram com a USP Leste. Aquilo foi
irresponsável`, afirmou Soraya.
Além disso, ela
ressaltou que o câmpus da zona leste não terá diferenças em relação aos outros
câmpus. `Temos tratamento igual, com distribuição de recursos equânime.`
A previsão da
universidade é que as 5 mil vagas sejam abertas a partir do segundo semestre de
2015 ou no primeiro semestre de 2016. Os custos para a construção desse novo
câmpus serão de R$ 75 milhões.
Anel Universitário. A
construção do câmpus da zona leste da capital faz parte do projeto chamado de
`Anel Universitário`, que engloba as cidades de São Paulo, Guarulhos, Diadema,
Embu das Artes e Osasco. `Queremos universidades multicâmpus. A expansão tem uma
preocupação com qualidade. Essa é uma realidade que já vem ocorrendo com o resto
do País`, afirmou o ministro Henrique Paim durante a coletiva de imprensa.
Já o prefeito Fernando
Haddad lembrou que o projeto Anel Universitário surgiu no governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, quando foi constatado que o Estado de São
Paulo era o que tinha a menor proporção entre o número de vagas em universidades
públicas e população. Por meio do projeto, já foram implantadas a Universidade
Federal do ABC (UFABC) e o câmpus da Unifesp em outras cidades. `Agora estamos
fechando universidades ao longo do Rodoanel, por isso chamamos de Anel
Universitário.`, afirmou Haddad.
Hoje a Unifesp possui
seis câmpus e deve chegar a oito com a expansão, que prevê ainda um câmpus em
Embu das Artes, para 1.300 alunos com cursos na área de Artes, como Música,
Dança, Teatro e Cinema. Com o projeto de ampliação, a previsão é que a Unifesp
passe de 26 mil alunos hoje para 40 mil em 5 anos.
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