Revista Isto É, Edição 2008 -30/04/2008, SAÚDE

E o paciente virou hóspede


Modernos conceitos de hospedagem adotados por
hospitais de primeira linha proporcionam maior conforto e bem-estar aos enfermos

A
quela velha história de que o hospital representa um ambiente hostil e nem um
pouco
agradável está, finalmente, ficando para
trás. Com a necessidade cada vez maior de proporcionar um atendimento de
qualidade, instituições médicas se dedicam a oferecer serviços diferenciados.
Uma modernização que permite ao paciente a continuidade de sua vida normal
durante o período de internação, sem que precise se desligar de suas obrigações,
necessidades ou prazeres. O acesso a serviços como os de beleza, gastronomia,
compras e até mesmo o de apoio na hospedagem e traslado de clientes de regiões
mais distantes contribui para que essa experiência se torne menos traumática.

No Hospital Samaritano, em São Paulo, pacientes e
acompanhantes têm uma central telefônica à sua disposição, o que lhes garante
total comodidade durante a estadia. Por ela é possível solicitar itens como
apoio religioso, massagens, pedidos de lavanderia, cabeleireiro, compra de
jornais e revistas, acesso a computadores e locação de DVDs. Assim como acontece
nos melhores hotéis, os pacientes ainda contam com anfitriões que os ajudam
desde o momento de sua internação até a alta hospitalar.

Tão importante quanto proporcionar conforto,
segurança e bem-estar, esse novo conceito de hospedagem hospitalar também preza
pela humanização das relações nas instituições médicas. A valorização do
calor humano tem se mostrado uma aliada importante na recuperação de quem está
internado
. “Isso aumenta suas expectativas e minimiza os transtornos que o
período de internação pode ocasionar”, explica Ivana Siqueira, superintendente
de atendimento e operações do Hospital SírioLibanês, em São Paulo. Para
facilitar essa relação, a instituição resolveu trazer a equipe da área
assistencial para dentro de seu próprio espaço.


E o paciente virou hóspede

Modernos conceitos de hospedagem adotados por
hospitais de primeira linha proporcionam maior conforto e bem-estar aos enfermos

Integrados à rotina hospitalar, esses profissionais
passam a ter contato direto com os pacientes, o que lhes possibilita oferecer
seus serviços antes mesmo que sejam solicitados. “O diferencial é que esses
profissionais estão por perto e dispostos a atender o tempo todo. Quando nossos
clientes percebem que estamos ali para servi-los, passam a confiar na
instituição”, completa Ivana. A tarefa de atender bem começa no período de
pré-internação, quando, por meio de um relatório, é possível reconhecer as
particularidades de cada paciente. Dessa forma, um planejamento ideal para a sua
estadia é realizado, prevendo suas principais necessidades e adaptando o
ambiente para atendê- los da melhor maneira.


Todos esses fatores ajudam a desmistificar o ambiente
hospitalar, tornando- o mais caseiro. Alguns hospitais, no entanto, levam a
questão do conforto tão a sério que o ambiente do espaço voltado aos pacientes
os aproxima do luxo de um hotel cinco-estrelas.

O Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, por exemplo, dispõe de uma área VIP
formada por amplas suítes de 60 metros quadrados – o dobro da área dos quartos
convencionais –, equipadas com TV LCD de 32 polegadas, banheiro extra para
acompanhantes, além de os pacientes dessa ala terem acesso a um cardápio mais
flexível quanto à variedade de opções. Com nutricionistas que levam em
consideração cada diagnóstico, é possível desenvolver pratos mais elaborados,
porém, dentro de uma culinária capaz de atender à dieta alimentar necessária.

A culinária, aliás, tem se revelado um diferencial
entre os hospitais conceituados. Algumas instituições estão terceirizando suas
cozinhas para chefs renomados. Foi o que aconteceu no Hospital São Luiz, em São
Paulo. Em uma parceria inovadora, a empresária Chieko Aoki levou o Noah
Gastronomia para uma nova unidade da instituição inaugurada em março. A chegada
da alta gastronomia a esse ambiente permitiu que tanto a dieta prescrita aos
pacientes quanto as refeições de acompanhantes e visitantes se tornassem mais
prazerosas. Para isso, investiu-se na apresentação, na textura e,
principalmente, no sabor dos pratos, realçado pelo toque de ervas aromáticas
frescas, plantadas em uma horta que fica no próprio hospital.

O restaurante faz parte de um grande espaço de
convivência que a instituição oferece. Nela, é possível freqüentar cafeterias,
livrarias, lan houses e área de descanso. “Nosso objetivo era criar um espaço
capaz de estimular a confraternização entre os familiares dos pacientes. O
retorno acaba sendo tão positivo que, freqüentemente, encontramos moradores de
regiões próximas que vêm até aqui à procura de uma tarde mais tranqüila”,
explica Alberto D’Auria, coordenador médico da maternidade do Hospital São Luiz.

 

 

Categorias: Hotelaria

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