Folha de São
Paulo, domingo, 04 de maio de 2008
Gestão marketing
Empresas implantam
táticas de guerrilha
IGOR GIANNASI,
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na luta para conquistar terreno em meio a um arsenal de
informações, pequenos empre-endimentos adotam técnicas de guerrilha ao combater
o poder dos grandes.
Para tanto, potencializam ao máximo as suas forças na
hora de divulgar a marca ou o produto, valendo-se de ações inusitadas. Nessa
batalha, a arma mais eficiente é a criatividade.
Essa foi a munição de Rubens Carrion, 59, para colocar a
recém-criada editora Zeiz em evidência. Ciente das dificuldades para se
sobressair no mercado, Carrion aderiu à agência Espalhe Marketing de Guerrilha.
"Perdeu" 150 exemplares do livro "A Unidade dos Seis" em
colégios pré-selecionados. Dentro da obra, um adesivo sugeria que quem a
encontrasse deveria perder o livro novamente para continuar o ciclo.
O leitor-alvo -jovem conectado na internet- ainda podia
se cadastrar em um site (são cerca de 1.800 membros hoje).
Apesar de já ter refletido nas vendas, o planejamento
foi feito para conseguir resultados a longo prazo. O investimento ficou entre R$
10 mil e R$ 15 mil.
Bom e barato
Como os custos com as ações de marketing de guerrilha
não são necessariamente elevados, essas estratégias podem ser o diferencial de
pequenas firmas.
"Elas não precisam pagar as mídias tradicionais", diz
Paulo Bione, coordenador dos cursos de criação da ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing). "O importante é ter uma agência que pense em soluções
do tamanho financeiro delas."
Variante da guerrilha, o marketing de emboscada é outro
estilo em evidência e significa pegar carona em outras mídias.
"Em vez de usar uma energia para vender uma idéia,
usa-se uma energia já existente", explica Guto Araki, 26, diretor de criação da
Ponto de Criação.
Sua agência produziu um "vídeo viral" -divulgado pela
internet- para uma marca de salgadinhos tendo como pano de fundo a implosão de
um prédio em São Paulo. Com custo próximo de zero, o vídeo foi inscrito em uma
promoção de rádio e ganhou projeção entre a sua faixa de público consumidor.
"As pessoas não olham aquilo como propaganda, olham como entretenimento, e é aí
que ganha mais força", diz Araki.
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