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O Estado de São Paulo, Economia,  24 de
novembro de 2013 | 2h 21

 “Há busca por arquitetos de diferentes perfis”

CRIS OLIVETTE – O Estado de S.Paulo

O presidente da comissão de graduação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), Fábio Mariz
Gonçalves (foto abaixo), diz que o objetivo da graduação em arquitetura é formar
profissionais capazes de desempenhar as atuações previstas em lei para
arquitetos e urbanistas.

"No Brasil, são atribuições exclusivas desses
profissionais a realização de projetos de edificações de qualquer porte,
isoladas ou em conjuntos, bem como a produção de projetos urbanos e planos
diretores que podem ser aplicados em intervenções pontuais, ou até mesmo em
cidades inteiras", diz.

Gonçalves acrescenta, ainda, a realização de projetos
para espaços livres, de jardins a praças e parques, além de restauro de
patrimônio histórico arquitetônico e urbanístico.

Segundo ele, formar profissionais com tal amplitude
de atuação requer o oferecimento de disciplinas obrigatórias e optativas
variadas, para que os estudantes possam escolher as áreas de maior interesse. "A
FAU não pretende estabelecer um único modelo de arquiteto, mas permitir que o
aluno escolha o arquiteto que ele pretende ser", afirma.

O professor diz que o aluno deve ter interesse pelo
universo visual e cultural do mundo. "Gostar de artes ajuda muito, além de
ciências sociais, tecnologia, desenho e das cidades."

O professor conta que apesar de ter duração de cinco
anos, os alunos costumam levar seis anos e meio para concluir a graduação, por
conta de estágios, intercâmbios e projeto de iniciação científica.

Além de enviar seus alunos para universidades
internacionais, a FAU também recebe estudantes de diversas instituições. O
italiano Dario Pigato é um exemplo. Cursando o sexto semestre de arquitetura no
Instituto Universitário de Veneza, ele faz há sete meses intercâmbio na FAU.

Pigato conta que nesse período teve a oportunidade de
fazer dois estágios.

"No Ateliê Branco, trabalhei com pessoas jovens,
aliás, os proprietários são europeus e estão no Brasil há dois anos. Eles
estudaram na Suíça, mas um é italiano e o outro espanhol. O escritório estava
passando por mudanças e participei do projeto de renovação do local", diz o
estudante.

Segundo ele, o que mais chamou sua atenção foi ver
que o Brasil oferece muitas oportunidades para os jovens, coisa que não acontece
na Europa, pelo menos neste momento.

O estudante conta que o outro estágio foi no Centro
de Tecnologia Intuitiva e BioArquitetura – TIBÁ, instalado em Cabo Frio, no Rio
de Janeiro. "Trabalhei como carpinteiro. Achei ótimo."

Pigatto afirma que escolheu a graduação em
arquitetura porque a profissão mistura arte e técnica. Ele conta, ainda, que
gostou muito do Brasil e pretende voltar um dia.

Segundo o professor, depois de formado, o arquiteto e
urbanista pode trabalhar em escritórios de variados portes, incorporadoras,
construtoras, lojas, indústrias voltadas para os segmentos da área, ou em órgãos
públicos.

"Há alguns anos o mercado está bom e aquecido. Os
escritórios têm demandado arquitetos de diferentes perfis", afirma o professor
da FAU-USP.

Categorias: Arquitetura

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