O tempo em que para ser bom jornalista era necessário ter apenas boa
escrita, agilidade e experiência de rua já passou. Assim como em outras
profissões, o Jornalismo foi perdendo seu ar aventureiro e se estabeleceu
como um dos cenários mais competitivos do mercado de trabalho. Hoje, o
diploma de graduação é só o primeiro passo para qualquer futuro jornalista —
quem quiser estar na disputa pelas melhores vagas deve começar a procurar
uma especialização, como os cursos de pós-graduação.
“O crescimento e a regulamentação da profissão proporcionaram esse
amadurecimento no mercado de trabalho. Hoje não temos problemas com as
redações, que já entenderam a necessidade do diploma e as maiores empresas
apresentam uma grande demanda por profissionais especializados e capacitados
para trabalhar. Isso garante uma maior segurança para o produto do trabalho
dos jornalistas. E para os profissionais”, disse o presidente do Sindicato
dos Jornalistas do Município Rio de Janeiro, Aziz Filho.
A novidade no mundo da |
especialização é o curso de MBA em Jornalismo Investigativo e Realidade
Brasileira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. A primeira
turma do curso começará suas aulas em 14 de agosto, na sede da instituição.
O curso é coordenado por Fernando Molica (foto), jornalista da TV Globo e
diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
“É uma honra, mas também uma grande responsabilidade coordenar um curso como
este nesta instituição de grande respeito. A palavra-chave do curso — que
também é a do jornalismo — é a busca pela precisão da informação. É isso que
garante a confiabilidade de um jornalista e de um meio de comunicação. Uma
das bases do nosso curso de MBA será as técnicas de CAR — reportagem com
auxílio de computador. Parece uma coisa muito complicada, mas depois que
você aprende é como andar de bicicleta”, afirmou Molica. De acordo com o
jornalista, as técnicas de CAR são muito importantes para o Jornalismo
Investigativo, |
pois ajudam o profissional a recolher dados de forma mais rápida e fácil.
“Com essas técnicas aprendemos a manusear as tabelas do Excel, o que nos
ajuda a enxergar os números que precisamos para complementar uma
reportagem”, falou.
Mas o curso, com duração de 14 meses, não propõe apenas aulas práticas; o
início terá uma base teórica. “Acredito que o teórico e o prático devem
caminhar juntos e nunca se separar porque as duas coisas se complementam.
Nós queremos manter isso em nosso curso”, disse Molica. Segundo o
coordenador, ainda há vagas disponíveis. O curso de pós-graduação lato sensu
terá 432 horas-aula. Outras disciplinas que integram o programa são “A
Imprensa e A História Contemporânea do Brasil”, “Estudo de Casos — Acertos e
Erros do Jornalismo”, “Métodos e Técnicas de Investigação”, “Técnicas de
Apuração Específicas” e “O Texto nas Reportagens Investidativas”. Os
estudantes ainda farão um trabalho de conclusão de curso, obrigatório.
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