Nova pagina 4

REVISTA GESTÃO UNIVERSITÁRIA – 21/08/2017 – BELO HORIZONTE, MG

Material impresso ajuda a preservar história, diz professor

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – MEC

Estudiosos do passado da
humanidade têm espaço cativo no calendário há oito anos, quando foi instituído o
Dia do Historiador. Comemorada em 19 de agosto, a data foi instituída por meio
da Lei nº 12.130/2009, em homenagem ao nascimento do diplomata e escritor
pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910).

O professor doutor do
departamento de história da Universidade de Brasília (UnB), André de Melo
Araújo, é um dos que se propõem ao resgate, preservação e reflexão sobre os
vestígios deixados pela sociedade ao longo dos anos. No atual período marcado
pelo armazenamento de informações em espaço virtual, André desenvolve pesquisa
por meio de materiais impressos, com apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Apoio à
Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). O professor analisa traços, origens e
características de documentos datados dos séculos 15 e 18.

André ressalta o valor
histórico do papel. “Para nós historiadores, interessa ver como as sociedades se
configuraram no passado a partir dos vestígios documentais deixados. Um dos
suportes materiais da informação que mais resiste ao tempo é o papel, em seus
diversos tipos, sobretudo no século 18”, aponta. O professor explica que os
documentos estudados em sua pesquisa foram impressos no continente europeu, e
que nesse período da história do Brasil, via de regra, havia a proibição da
impressão.

Na avaliação de André,
podem ser feitos paralelos entre aquele momento e o atual, com ressalvas quanto
ao perfil da sociedade e, principalmente, o tipo de informação veiculada.
“Vivemos em um momento de transformação bastante significativa da informação e
de como ela é passada. Essa mesma sensação foi sentida nos séculos 15 e 16, no
momento das primeiras percepções das transformações em curso pelo novo tipo de
canal de informação da cultura impressa”, afirma. “É sempre bom perceber como o
trajeto e tipo de informação se modificam ao longo do tempo”.

Se por um lado o
historiador tem como campo de trabalho o passado, o futuro da profissão é motivo
de atenção. André avalia a maneira como a sociedade tem deixados vestígios
documentais para as próximas gerações. “É uma preocupação ética do historiador
saber como essa massa de informação que temos produzida no século 21 vai ser
preservada. Uma tarefa do historiador do presente é aguçar essa dimensão ética
da preservação da informação para o futuro.”

Categorias: História

1 comentário

Os comentários estão fechados.

× clique aqui e fale conosco pelo whatsapp