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  Segunda-Feira, 18 de Abril de 2005

  Profissões

Relações internacionais

De: Maria Manso, São Paulo, SP

Na era da economia globalizada, o Brasil desperta para a necessidade de formar profissionais especializados em relações internacionais.

Em São Paulo, os vestibulares para os cursos de “R.I.”, como são chamados, estão entre os mais disputados. Você vai saber como é o trabalho de um analista de cenário internacional.

Francês, alemão, inglês e espanhol fluentes. “Quanto mais idiomas você falar, quanto mais puder se comunicar, ouvir, falar, muito melhor, você vai ser um profissional mais completo. Meu trabalho consiste em passar a imagem de São Paulo lá pra fora, principalmente através das empresas. A gente cria eventos, a gente cria rodadas de negócios, a gente participa de feiras e nós preparamos tudo o que vai subsidiar esse trabalho”, explica Aline Baraninot, analista de R.I.

No momento, ela prepara um evento em Dubai, nos Emirados Árabes, para mostrar o potencial da indústria paulista no setor de hotelaria, uma área em crescimento por lá. “O profissional de comércio exterior vai cuidar dos aspectos mais técnicos da exportação. Nós vamos cuidar de tudo o que envolve esse relacionamento entre as partes. As notícias internacionais são muito importantes pra gente encontrar as oportunidades, mas você sempre precisa de alguém do outro lado do mundo pra te dar um retorno, dizer se é possível, como explorar aquilo”, completa Aline.

Do outro lado do planeta, quem não se conhece mantém sempre uma distância formal, um costume muito diferente do nosso aqui no Brasil. As pessoas se abraçam e se beijam já nas apresentações. No Japão, a simples troca de um cartão de visita também segue um ritual. O empresário que chegar lá sem saber desses detalhes pode cometer gafes que comprometem o andamento dos negócios.

Visita a exposições de arte, cinema, teatro e muita leitura são fundamentais para conhecer a alma estrangeira. “Pra você fazer negócios com aquele povo, você precisa entender muito daquele povo, não basta você chegar lá e fazer negócio como faria no Brasil”, explica Aline.

Aline é formada em relações internacionais com especialização na França. Lá o curso dura quatro anos e enfoca principalmente a as áreas de política, economia e direito. O salário inicial de um analista internacional está em torno de R$ 2 mil. Com a globalização, cada vez mais empresas, Ongs, órgãos de classe e governos vão precisar desse tipo de profissional, mas a carreira ainda é pouco conhecida no Brasil. “A desvantagem é ser uma profissão que na sua origem é de primeiro mundo, então isso é novo e é o grande desafio”, disse Reginaldo Nasser, coordenador do curso de R.I.

Para Aline, outro desafio da profissão é mudar a imagem do país no exterior. “Eu fico meio chateada quando vejo que existem algumas situações onde só se usa o lado ruim do Brasil, onde se mostra o clichê do Brasil. Eu acredito no potencial do país e eu acho que pra ele conquistar o seu espaço é só assim, é só a gente indo e ganhando nosso espaço, ninguém vai dar esse espaço de “mão beijada” pra gente”, disse Aline.

Os cursos e estágios no exterior são muito importantes na formação do especialista em relações internacionais, mas quase todos são pagos.

Por isso, quem optar pela carreira, deve começar logo uma poupança para depois, bancar as viagens.

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