PORVIR – 25/09/2015 – SÃO PAULO, SP
Projeto transforma bibliotecas públicas com uso de tecnologia
POR MARINA LOPES
Quando se fala em uma
biblioteca, as estantes repletas de livros e o silêncio absoluto costumam ser a
primeira cena que vem à cabeça. Para ressignificar esse espaço, o CDI (Comitê
para Democratização da Informática) deu início ao programa Recode, que vai
estimular iniciativas de empoderamento digital em 50 bibliotecas públicas nas
cinco regiões do país.
A partir do uso de
tecnologia, o projeto pretende desenvolver um ambiente de inovação nas
bibliotecas, permitindo que elas se tornem um espaço de convivência, onde os
jovens se reúnem para experimentar ferramentas digitais que auxiliam na
resolução de problemas da sua comunidade. Com patrocínio da Bill & Melinda Gates
Foundation, que investiu US$ 2,3 milhões, e apoio do Sistema Nacional de
Bibliotecas Públicas, a iniciativa prevê a distribuição de 500 novos
computadores e realização de formações para bibliotecários que atuam nesses
locais.
“O fato da biblioteca
ser vista apenas como um espaço de leitura pode afastar as pessoas. Ela não se
torna um espaço de convívio”, diz Elaine Pinheiro, diretora executiva do CDI
Brasil. De acordo com ela, a biblioteca inovadora deve interagir com a
comunidade, acolher a tecnologia e ter o jovem como um participante ativo. “Ele
vai se apropriar da biblioteca como um espaço para criar, reinventar e convidar
amigos para discutir temas”, explica.
Cada biblioteca
selecionada pelo programa vai receber dez computadores, que serão espalhados
pelo espaço para integrar o digital com o analógico (representado pelos livros).
“Pode ter uma estação de música, um livro, um computador ou um tablet, uma roda
de histórias ou palco para crianças. Ele [frequentador] vai se apropriando
daquilo na medida em que precisa”, exemplifica.
Dentro do Recode, os
bibliotecários irão assumir o papel de reprogramar esse espaço físico da
biblioteca com o apoio da comunidade. Para auxiliar, eles participarão de
formações onde serão discutidas questões de comunicação, metodologias
participativas e mapeamento de parceiros locais. A ideia é que eles consigam,
junto com a equipe do programa, criar novas práticas e projetos onde o uso da
tecnologia possa incentivar o acesso à informação.
Os projetos de
empoderamento digital para jovens criados pelas bibliotecas deverão trabalhar
com uma metodologia baseada em três pilares: resolução de problemas,
desenvolvimento de habilidade para o século 21 e autonomia no uso das
tecnologias da informação e comunicação. “Aliar a tecnologia e a metodologia
participativa ao espaço da biblioteca é um caminho muito assertivo para
evoluir.”
O programa foi lançado
no dia 9 de setembro, durante um evento na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em São
Paulo (SP). Atualmente está em fase de lançamento presencial nas bibliotecas e
início da formação com os bibliotecários.
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