http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/11/19/494842/quer-trabalhar-no-mercado-financeiro.html,
19/11/2004

Quer trabalhar no mercado financeiro?

Ao contrário de muitos setores que se encontram
saturados, o financeiro apresenta alta rotatividade de profissionais, resultando
na abertura de vagas principalmente para cargos iniciantes, que pagam até R$
3.000 para o recém-formado.


Por Françoise Terzian, free-lancer

Trabalhar nos grandes bancos de investimento e
desenvolvimento, nas Bolsas de Valores e nas poderosas seguradoras não é tarefa
voltada exclusivamente aos profissionais com perfil agressivo e arrojado. Esta
idéia é equivocada e não traduz fielmente o significado de atuar no setor
financeiro. Se você se identificou com o perfil acima descrito, é preciso saber
que muitas vezes as posições abertas preferirão profissionais moderados e
conservadores.

Como o mercado é amplo, pessoas de diferentes perfis
e formações têm chance de fazer carreira no setor. Administração, Economia,
Contabilidade, Engenharia e Atuária são as áreas mais cotadas para atuar nas
empresas do ramo. “Muitos alunos de Engenharia da Poli são contratados por
apresentar uma boa base conceitual de números, visão processual e sistêmica e
base forte em matemática e estatística”, conta Jaqueline Giordano, gerente de
Desenvolvimento de Carreiras do Ibmec.

Para seguir carreira em finanças, Maria Alejandra
Caporale Madi, coordenadora do curso de graduação em Ciências Econômicas do
Instituto de Economia da Unicamp, explica que o profissional deve ter sólida
formação em microeconomia, macroeconomia, economia monetária e financeira,
economia internacional e métodos quantitativos. Com possíveis especializações
nas áreas de microeconomia bancária, análise e gestão de riscos, mercado de
capitais, entre outras. O curso de Economia, neste caso, pode ajudar na obtenção
de formação teórica e quantitativa necessária para desenvolver a capacidade
analítica hoje requerida pelo mercado.

Ao contrário de muitos setores que se encontram
saturados, o financeiro apresenta alta rotatividade de profissionais, resultando
na abertura de vagas principalmente para cargos iniciantes. “? natural as
pessoas crescerem profissionalmente, assumirem novas posições”, diz Jaqueline.
Os muitos processos de fusões e aquisições também têm estimulado a abertura de
posições para recém-formados. A demanda por profissionais, por sua vez, se
localiza na região Sudeste, onde há mais concentração de sedes e praças
bancárias.

Apesar do cenário positivo, Jaqueline conta que as
empresas olham muito para a origem do aluno, se ele vem de uma faculdade de
primeira linha ou não e se tem idiomas – exige-se inglês fluente ao invés de
avançado, com o intuito de fazer com que o novo profissional realize
apresentações e negociações. “Há carência por este tipo de profissional”,
afirma.

Comece a fazer estágio o quanto antes

Mas o bom profissional não é só aquele que estuda,
mas também o que sabe dar o rumo certo à carreira e acumular bagagem prática. Ao
estagiário, a dica é não sair atirando para todos os lados. Faça uma reflexão e
defina o que quer seguir, planeje, realize um projeto de estágio. “Dê a si mesmo
a oportunidade de experimentar. Vá para uma empresa e feche o ciclo. Não fique
trocando de estágio a cada dois meses. Conheça, aprenda, entenda a cultura da
empresa, suas necessidades, suas dificuldades, suas vitórias”, ensina Jaqueline.

Por isso, é bom conversar previamente com
profissionais do setor para questionar a rotina de trabalho e evitar futuras
decepções. Afinal, muitas vezes se começa no back-office de um banco para
executar tarefas muito diferentes do imaginado pelas pessoas. Para Gilberto
Cãtano, diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Autuarias da PUC-SP, o estágio deve começar no segundo ano e o aluno deve se
preparar também com idiomas como espanhol e inglês. “O Mercosul é uma realidade,
assim como a globalização e as relações bilaterais e multilaterais do Brasil com
outros países”, ensina.

? preciso aprender ainda que cada empresa tem a sua
cultura, seu estilo de trabalhar. E isso deve ser avaliado pelo futuro
profissional, já que uma banco nacional pode ser mais flexível e um
internacional mais conservador. Jaqueline também recomenda que as faculdades se
aproximem do mercado. “Cobre isto da sua universidade. Peça uma posição”, diz.
Hoje, Ibmec e PUC-SP têm parcerias com o mercado empresarial, o que facilita o
ingresso do aluno no mercado de trabalho como trainee.

Para Cãtano, um recém-formado em Administração, que
fez um bom curso e estágio, é contratado inicialmente por um salário de R$ 2.500
a R$ 3.000. “Por isso é bom iniciar o estágio antes. Para quando estiver formado
já ser contratado”, recomenda o diretor da PUC-SP.

áreas promissoras

Entre as áreas com maior potencial de crescimento,
Maria Alejandra destaca as de controladoria, análise e gestão de riscos e
corporate finance. Ela explica ainda que o mercado financeiro vive algumas
transformações que se refletem no perfil do profissional mais demandado. “Cabe
destacar, em particular, a demanda por profissionais que conheçam as novas
tendências na análise de risco necessárias para a implementação das exigências
do Banco Central, dentro dos marcos do Acordo da Basiléia”, lembra.

Por outro lado, a internacionalização financeira e o
avanço de operações envolvendo o mercado de capitais reforçam a demanda por
profissionais que conheçam o funcionamento dos mercados financeiros
internacionais e a montagem de operações estruturadas na área de corporate
finance.

Para Cãtano, o curso de Atuária (ciência da avaliação
de riscos e do cálculo dos prêmios e reservas relativas às operações de seguros)
é o que mais cresce no momento. “Como o mercado segurador e de previdência
cresce, está crescendo a demanda por profissionais preparados para montar planos
e seguros”, afirma Cãtano.

 

 


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