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O Estado de São Paulo, Sábado, 17 de Outubro de
2009 | Versão Impressa


Redes sociais são novo alvo da mídia


Grandes grupos buscam mais espaço em sites de
relacionamento

Felipe Machado, NOVA YORK

 

Se você está acostumado a
utilizar o Facebook e Twitter apenas para se comunicar com os amigos,
prepare-se: as empresas de mídia estarão cada vez mais presentes nas redes
sociais da internet, tanto de maneira corporativa quanto por meio de ferramentas
como o marketing viral. Essa foi uma das tendências apresentadas na última
quarta-feira no 4º Digital & Social Media, evento em Nova York que teve pela
primeira vez a participação do Brasil.

 

Segundo dados do U.S. Census
Bureau, a comunidade hispânica nos EUA tem hoje 46 milhões de pessoas e
ultrapassará os 100 milhões em 2050, o que significa que um entre quatro
americanos terá origem latina. A conferência, que reuniu presidentes e
executivos de empresas de mídia com conteúdo voltado para latinos que moram nos
EUA, discutiu como será o reflexo dessa influência na sociedade e no mercado. 

 

"Não podemos apresentar apenas
o lado negativo dos latinos que é sempre ressaltado pela imprensa
sensacionalista", afirmou Joe Uva, presidente da Univision. "É nossa
responsabilidade mostrar exemplos de latinos bem-sucedidos nos EUA."

 

Apesar de abordar novas
maneiras de atingir com mais eficácia a comunidade hispânica, muitas das
tendências apresentadas no evento podem ser aplicadas em qualquer lugar do
mundo, independentemente da origem da população.

 

A palestra de abertura foi
feita por Janet Robinson, CEO do New York Times. Primeira mulher a ocupar o
cargo, Janet ressaltou a importância das minorias e da imigração na construção
da sociedade americana e afirmou que o crescimento da comunidade hispânica já
pode ser sentido na cobertura mais abrangente do jornal e nos esforços da área
de marketing para entender esse mercado. 

 

Divididos em oito painéis, os
palestrantes discutiram temas como os avanços tecnológicos, a educação à
distância e os novos formatos de mídia, mas a maioria expôs como suas empresas
planejam estar cada vez mais em redes sociais como YouTube, Facebook e Twitter.
Criados como sites de relacionamento, esses (relativamente) novos gigantes da
internet permitirão que as empresas de comunicação se aproximem de consumidores
e tenham acesso a gostos pessoais e padrões de comportamento.

 

Agências de publicidade e
empresas da mídia "tradicional", como jornais e TV, também ressaltaram sua
intenção de atuar de maneira mais agressiva na internet. Além das redes sociais,
duas áreas devem receber mais investimentos: vídeo pela internet e conteúdo para
celular. 

 

"Graças à banda larga, o vídeo
pela internet terá um crescimento incrível", disse Cathy Tamraz, presidente da
empresa de comunicação Business Wire. Segundo ela, a web também verá cada vez
mais sites jornalísticos oferecendo conteúdo "premium" como forma de viabilizar
suas operações. 

 

Embora tenha elementos que os
diferenciem em relação as outros grupos de origem latina, os brasileiros que
vivem nos EUA também são vistos como mercado com potencial de crescimento. No
entanto, a intenção das empresas na conferência esteve mais voltada para o
Brasil, e não para os brasileiros que vivem no exterior.

 

Responsável pela presença do
País no evento, o CEO da Neolink International, Manoel Baião, ressaltou que há
espaço para uma integração maior entre hispânicos e brasileiros. "Apesar da
diferença de idioma, há um espaço enorme para o crescimento das relações entre
empresas latinas e brasileiras."


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