Folha de São
Paulo, carreiras e empregos, DOMINGO, 26 DE JANEIRO DE 2014
Análise
humana
Empresas recrutam
filósofos e cientistas sociais para
interpretar o “big data”
FILIPE
OLIVEIRADE
SÃO PAULO
Apesar de parecer um ramo
de atuação reservado a estatísticos e
matemáticos, o “big data”
(coleta e análise de grande quantidade de
informações) pode abrir oportunidades
profissionais para quem tem formação em
ciências humanas.
Uma parte essencial do
trabalho é tirar conclusões a partir de
estatísticas e informações que
aparentemente não estão relacionadas.
“Você poderia usar os
dados do consumo de sorvetes no verão e o número
de afogamentos para dizer que
tomar picolé é perigoso. Para não
cometer esses erros, precisamos de
especialistas de várias áreas para analisar as
informações que temos”, diz
Karin Breitman, vice-presidente da EMC, empresa norte-americana que
mantém um
centro de pesquisas em “big data” no Rio de Janeiro.
Ela conta que o centro de
pesquisas contrata serviços de consultorias de profissionais
das áreas de
filosofia e ciências sociais para projetos. E deve recrutar
alguém para
trabalhar diretamente na empresa em breve.
Diego Rondon, gerente da
área de TI da empresa de recrutamento Page Personnel, diz
que a busca por
profissionais com diferentes formações deve se
intensificar.
Segundo ele, nos
últimos
quatro anos foram procurados profissionais mais técnicos
para a criação das
bases da pesquisa com “big data” e, agora, começa uma
demanda por
pessoas com capacidade de interpretação.
Segundo Rondon, a maior
parte dos postos de trabalho estará em consultorias
especializadas em
tecnologia e o salário inicial fica entre R$ 3.500 e R$
4.000.
Por ser uma área
nova, as
empresas procuram por profissionais com boa capacidade de
raciocínio lógico e
estão dispostas a treinar jovens promissores, diz.
Arthur Nagae, 24, formou-se
em psicologia há um ano e trabalha analisando dados para a
empresa Wunderman,
de marketing digital.
Uma das tarefas de Nagae
é
verificar o desempenho de lojas virtuais e observar em que etapa da
compra mais
pessoas desistem e por quê.
“Consigo contribuir na
hora de ter alguns insights”, ver novas formas de resolver um
problema. A
formação de um psicólogo, mais
acostumado a pensar em comportamento do que em
números, é um diferencial.”
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