Nova pagina 7

AGÊNCIA BRASIL – 18/09/2014 – BRASÍLIA, DF

Cursos de graduação a distância de serviço social têm fragilidades, diz
conselho

YARA AQUINO

Um estudo lançado hoje
(18) pelo Conselho Federal de Serviço Social aponta fragilidades nos cursos de
graduação a distância de serviço social. O documento indica problemas
principalmente na supervisão do estágio obrigatório dos estudantes com o número
excessivo de estagiários por professor e supervisão acadêmica feita a distância.

Outros problemas
relatados no segundo volume do estudo, intitulado Incompatibilidade entre
Graduação à Distância e Serviço Social, são a supervisão acadêmica e de campo
exercidas pelo mesmo profissional, supervisores acadêmicos com registro em
outros estados e até mesmo a ausência de supervisão. O primeiro volume do
estudo, lançado em 2011, relatou problemas como falta de bibliotecas, de
infraestutura física e de equipamentos adequados nos pólos dos cursos. Os
estudos foram baseados em informações coletadas pelos conselhos regionais de
serviço social.

Na avaliação da
professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF)
e pesquisadora na área de educação a distância, Larissa Dahmer, o ensino a
distância precariza a formação do profissional da assistência social. “Como você
gradua um profissional que vai trabalhar com questões extremamente complexas sem
o embasamento teórico maior, sem ter uma vivência com pesquisa, com extensão,
com diversos professores?”, questiona. Segundo ela, a formação deficiente
compromete o serviço prestado à população.

A pesquisadora defende
ainda a oferta de educação pública presencial de qualidade para todos como forma
de evitar que os estudantes busquem a educação a distância.

A coordenadora do
Conselho Federal de Serviço Social, Juliana Melim, disse que representantes do
Conselho Federal de Serviço Social e dos conselhos regionais pretendem agendar
reuniões com o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e
Ministério Público Federal para apresentar a pesquisa e pedir mais rigor na
fiscalização do ensino a distância e a garantia do direito a educação pública de
qualidade.

O CNE discute atualmente
um novo marco regulatório para a educação à distância. Entre as mudanças
previstas está a elaboração de uma nova avaliação para a modalidade que levará
em conta as especificidades de cada instituição e a qualidade ofertada, de
acordo com o conselho. Para o funcionamento dos cursos, o projeto institucional,
a inovação, a estrutura, o corpo docente e a interdisciplinaridade da
instituição deverão ser valorizado para o credenciamento e recredenciamento pelo
Ministério da Educação.


1 comentário

Os comentários estão fechados.

× clique aqui e fale conosco pelo whatsapp