Desenvolvedor
de games: artista dos bytes


IDG Now! Publicada em 30 de março de 2006 às 08h00, Edson Soares, com apoio
do IDG Now!

São Paulo – Ele tem habilidades de diretor de cinema, mas também precisa de
conhecimentos de tecnologia. Saiba mais sobre esta profissão.

Não é de hoje que o homem se interessa por histórias. A
curiosidade humana em fugir para um universo diferente, seja ele verossímil ou
fantástico, nos prendeu primeiramente aos relatos orais, depois aos livros e por
último ao cinema.

Mas foi com os games que se tornou possível penetrar nesse
mundo paralelo e interagir com os personagens da nossa imaginação. Conheça o
profissional que irá propor desafios à mente humana nos próximos anos: o
desenvolvedor de games.

Foi se o tempo em que bastava um único programador para fazer
um jogo. Hoje em dia, o desenvolvedor de games é uma pessoa que domina
conhecimentos técnicos e ao mesmo tempo trabalha com criação.

Com plataformas mais potentes, os profissionais que
desenvolvem games agora precisam se preocupar com questões como a trilha sonora,
a qualidade da imagem, o roteiro e as possíveis reações do jogador frente a um
problema.

Isso mesmo, os criadores de games se tornaram uma espécie de
diretor de cinema. Prova disso é a recente condecoração do Ministério da Cultura
da França de

três desenvolvedores

como membros da Ordem de Arte e Letras Francesa.

E para dar a luz a um produto tão detalhado só mesmo
trabalhando em equipe. Com a explosão do mercado de games, as categorias
profissionais e especialidades se multiplicaram dando a profissionais dos mais
variados perfis uma função específica na esteira de produção dos jogos.

De forma geral, podemos dividir em três os papéis
desempenhados nesse processo: o do game designer, o do artista e o do
programador.

O game designer pode ser comparado ao diretor do cinema. Ele
pensa todo o conceito do jogo. É ele quem determina o nível de dificuldade, como
será o visual do game, quais serão os trajetos a serem percorridos pelo jogador,
que inimigos o mesmo enfrentará etc.

Para isso, esse profissional deve ter habilidade com a escrita
e conhecer muito de jogos, não apenas os eletrônicos, como também os de
tabuleiro, os RPGs, entre outros. Além de criar o projeto, ele deve acompanhar
todo o dia-a-dia de desenvolvimento para fazer reajustes caso necessário.

Os artistas são os responsáveis pelos os esboços em 2D da
concepção artística e pelos cenários e personagens em 3D do jogo. Mas não basta
ter um bom traço. É fundamental que se conheça conceitos técnicos que melhorem o
desempenho do jogo, usando criatividade e o bom senso de forma balanceada. Só
assim chega se a um jogo com visual agradável e que não carregue muito o
sistema.

Já o programador deve ter bom conhecimento em linguagens de
programação, seguir as boas práticas da codificação, ser bom na correção dos
bugs e saber testar. Conforme explica Ivan Patriota, gerente de operações da
desenvolvedora Meantime, a diferença entre o programador de jogos e um
programador de sistemas convencional reside nas aventuras. “As dos programadores
de jogos são mais


Potencial desenvolvedor é certamente um jogador


Por Edson Soares, com apoio do IDG Now!

São
Paulo – Trabalhar com games nem sempre significa seguir um curso tecnológico.
Conhecimentos oriundos das mais variadas especialidades podem ser aproveitados.

Não são muito rígidas as exigências para ser um desenvolvedor
de games. “Trata-se de um profissional dinâmico que está sempre pronto para
superar desafios”, define André Penha, vice-presidente de comunicação da
Associação Brasileira de Games (Abragames), mostrando a flexibilidade das
aptidões demandadas. No fundo, o único requisito fundamental é mesmo gostar de
jogar.

de produção de um jogo, participam profissionais com os mais
variados perfis e cujo ponto em comum é a paixão pelos jogos eletrônicos.

Conforme exemplifica Ivan Patriota, da desenvolvedora Meantime,
um game designer pode ser ”alguém formado em Letras e que conheça muito sobre
jogos”. Ou ainda um músico com alguma especialização em tecnologia que irá
ocupar a função de engenheiro de som, o responsável pela trilha e efeitos
sonoros do jogo.

Cursos mais específicos podem resultar, por exemplo, em game
designers especializados em jogos MMRPG. Sensação do momento, esse tipo de jogo
é um RPG online que suporta milhares de jogadores simultâneos.

A lista não para por aí. Há programadores especialistas na
implementação da física do jogo e artistas especializados em imagens 3D,
acompanhando a tendência de tridimensionalidade.

Quase tudo que se aprendeu na escola dá para ser aproveitado
na produção de games. Uma aula de álgebra pode ajudar nos cálculos necessários
para confecção de um game de corrida, por exemplo.

Por isso o primeiro passo para trabalhar com games nem sempre
significa seguir um curso tecnológico. Os conhecimentos oriundos das mais
variadas especialidades podem ser aproveitados no processo de criação. As
especificidades podem ser adquiridas em cursos mais específicos posteriormente.

O Brasil já conta com opções de cursos superiores ligados ao
desenvolvimento de games, mas também é possível seguir cursos livres, cursos
online, cursos técnicos, cursos de extensão, de especialização e de
pós-graduação.


Conheça o perfil de quem cria games


Por Edson Soares, com apoio do IDG Now!

São
Paulo – Três profissionais, um deles trabalhando na Sony, nos Estados Unidos,
relatam suas experiências.

Com 22 anos Roberta Cruvinel não hesita em dizer qual sua
profissão, Desenvolvedora de Games, mais especificamente Game Designer. Mas essa
certeza nem sempre esteve presente.

Foi por acaso que Roberta descobriu o que estava na sua cara o
tempo todo. Mestre em RPG, essa maníaca por jogos se via dividida entre a
faculdade de Matemática Aplicada e Computacional, na Unicamp, e a paixão pelas
letras.

Após muitos poemas escritos e participações em concursos de
redação à estudante encontrou a oportunidade ideal de trabalho que lhe
permitiria convergir todos seus interesses: um estágio na desenvolvedora Delirus.

O resultado foi a satisfação em reunir em um único trabalho
necessidades que pareciam incompatíveis. Exemplo brasileiro da entrada das
mulheres nesse mercado ainda dominado por homens, Roberta dedica atualmente seus
esforços no Warbot, título que deve ter demo lançado até julho pela Delirus.

Fã dos jogos SinCity e Need For Speed, Roberta explica que
“desenvolver jogos foi como atravessar o espelho: agora observo outras coisas
enquanto estou jogando”.

Experiência internacional

Já publicitário por formação, Leandro Amaral é o exemplo
clássico de profissional que não se identificou com a profissão após a
formatura. A única solução para o problema seria transformar seu lazer, as horas
dedicadas aos jogos eletrônicos, em trabalho regular.

Para que isso se tornasse realidade, Leandro foi para os
Estados Unidos fazer um mestrado em Computação Gráfica. O curso abriu portas
para um estágio em uma desenvolvedora multinacional e hoje o jovem de 26 anos é
um dos contratados da Sony.

Na gigante dos games, Leandro dedica esforços para o setor de
jogos online que ganhará vida comercial com o lançamento do próximo console da
empresa, o PlayStation 3.

Com hits como “50 Cent: Bulletproof” e “The Good Father”(O
Poderoso Chefão) em seu portfólio, Leandro dá a seguinte dica para quem pensa em
trabalhar na área: “É preciso estudar bastante, jogar muito e se atualizar
sempre”.

Engenheiro civil

Com 35 anos, esse Engenheiro Civil pode ser visto como um
veterano da indústria de games nacional. Hoje, Tarquínio Tele comanda a
desenvolvedora Hoplon e ainda se lembra da época em que escreveu um RPG.

Atualmente dedica todas suas atenções ao projeto Taikodom de
sua empresa. Trata-se de um jogo online com suporte para milhares de jogadores
(estilo MMORPG) que foi produzido inteiramente no Brasil.

Com temática de ficção científica, o game foi o mote para
recente participação da empresa em evento, nos Estados Unidos, promovido pela
IBM, que colaborou com a infra-estrutura para o desenvolvimento do projeto. “A
indústria brasileira de games vai se estabelecer no mundo”, afirma otimista.

A dica de Tarquínio para quem pensa em trabalhar com criação
de games é buscar inspiração nas pessoas: “É preciso observar o que dá prazer às
pessoas para pensar nos desafios que o jogo irá propor”.

Sem PlayStation e Xbox, Brasil aposta em PC e
celulares

Por

Edson Soares
, com apoio do IDG Now!

São Paulo – É a aposta das mais de
50 desenvolvedoras de games do Brasil, segundo pesquisa da Abragames.

Não é difícil detectar o domínio dos grandes estúdios
estrangeiros no mercado de games. Basta olhar como os selos Electronic Arts,
Actvision, Vivendi e Ubisoft imperam nas prateleiras. Mas fora da Hollywood dos
games, um mercado cresce pelas bordas, oferecendo novas perspectivas para os
profissionais da área.

Esse domínio estrangeiro no mainstream dos jogos eletrônicos
se deve ao fato das principais fabricantes de consoles não cobrirem o Brasil.
Visto que franquias de sucesso, como PlayStation e Xbox, não são oficialmente
comercializadas no país, fica difícil para as desenvolvedoras nacionais obterem
licenças para a produção de títulos para essas plataformas. Por isso, as
empresas nacionais se concentram na produção de títulos para PC.

Outra frente que cresceu bastante, a ponto de caracterizar o
país como plataforma exportadora, é a de games para celulares. Um novo gênero
batizado de advergames, dos joguinhos sensação na web utilizados em ações
publicitárias, também tem crescido bastante e absorvido a oferta de mão-de-obra.

São categorias de jogos que exigem menores custos e equipes de
trabalho. Em contrapartida demandam uma apurada preocupação técnica e são
fundamentais para chamar a atenção do cenário internacional para os
desenvolvedores brasileiros.

Por isso, as previsões de quem já há algum tempo trabalha na
área são majoritariamente otimistas. Segundo Tarquínio Teles, diretor executivo
da desenvolvedora Hoplon, responsável pelo jogo massive online Taikondom, as
empresas brasileiras passam por uma fase de “explosão”. Ele arrisca até a dizer
que “há até dificuldade para encontrar profissionais no mercado”.

Mercado

Segundo a pesquisa mais recente sobre o setor, conduzida pela
Associação Brasileira de Games (Abragames), de 2004, foram contabilizadas 55
desenvolvedoras no País. Mais concentradas em São Paulo e Paraná, essas empresas
também estão se multiplicando no Estado do Pernambuco. Segundo o estudo, cada
companhia possui em média 15 funcionários.

Os salários, ainda segundo esta pesquisa, estão entre mil
reais e 5 mil reais. Mas os profissionais mais experientes chegam a ganhar entre
10 mil reais e 15 mil reais.

O faturamento da indústria de games brasileira (excluindo as
empresas multinacionais) foi de 18 milhões de reais, em 2004, ano da pesquisa da
Abragames. É pouco? Nem tanto, basta lembrar que as grandes do setor estão de
fora destes dados e da alta incidência de pirataria neste mercado.

Outro indício que mostra a força do setor é a proliferação de
eventos, feiras e campeonatos pelo País. EGS, GameCon e Game Festival são alguns
dos grandes eventos nacionais para os gamers.

Há também exemplos de encontros acadêmicos, como I Jornada de
Jogos Digitais e o SBGames, e campeonatos como a Imagine Cup, o CPL World Tour e
o World Cyber Games.

 

 


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