Folha de São Paulo, Emprego, domingo, 31 de janeiro de
2010 

Profissionais “sem-diploma” perdem
competitividade em concurso público

DA REPORTAGEM LOCAL

A muitas vezes longa espera pela validação coloca em xeque planos de curto
e médio prazos. Principalmente se o profissional pretende conquistar um cargo em
órgãos públicos.

Em concursos, após as provas, são avaliados os títulos de candidatos
-mestrados e doutorados contam pontos.

No processo de conseguir os documentos necessários para tornar válido seu
diploma de doutorado em sociologia na Universidade de Oxford, na Inglaterra,
Celso Rocha de Barros, 36, teve de adiar os planos de se tornar professor de uma
universidade pública no Brasil.

Em concurso, também perdeu pontos. Participou de uma seleção para o Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Com o reconhecimento, teria obtido a
quinta posição. Sem ele, despencou para a 18ª.

A despeito dessa situação, ele reflete sobre a experiência no exterior: “O
ganho acadêmico foi brutal, mas é um investimento de longo prazo”.

Algumas vezes, no entanto, a banca reconhece o esforço do profissional que
foi cursar uma pós stricto sensu no exterior.

A diretora-presidente do Ipeafro (Instituto de Pesquisas e Estudos
Afro-brasileiros), Elisa Larkin Nascimento, 56, afirma que, em uma seleção para
professora de uma universidade pública, teve o doutorado em direito, cursado nos
Estados Unidos, considerado pela banca. O diploma não pôde ser validado porque,
segundo ela, a apresentação da tese não foi pública, como é aqui no Brasil.

No concurso, diz Nascimento, o título foi aceito como mestrado. “Achei justo
terem considerado algo [pelo título].” 

 

 


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