O Estado de São Paulo, 13 de maio de 2012 | 3h 09
Programa foi criado para preencher lacuna identificada por docentes da USP
Química/ biotecnologia
CRIS OLIVETTE – O Estado de S.Paulo
Os professores do departamento de química da
Universidade de São Paulo (USP) notaram que havia uma lacuna a ser explorada no
ramo de biotecnologia e uniram esforços para oferecer essa formação. "As aulas
envolvem professores dos departamentos de bioquímica, engenharia química e
química", informa o coordenador, Renato Freire.
Segundo o professor, Os alunos do curso têm sólida
formação química e podem exercer atividades de um químico convencional. "Mas
como eles têm a atribuição em biotecnologia, normalmente trabalham com processos
químicos que tenham interface com biologia."
O profissional pode atuar na indústria farmacêutica,
desenvolvendo novos fármacos, ou em laboratórios, realizando testes de
toxicidade. Também são requisitados para trabalhar com transformação de
biomassa, como a que dá origem ao etanol, ou em pesquisa de processos que
envolvam os efeitos de substâncias químicas sobre organismos ou formas vivas.
Freire explica que o momento econômico do País tem
possibilitado aos formandos fácil acesso ao mercado de trabalho. "A grande
maioria está indo para a iniciativa privada, poucos têm ficado no centro de
pesquisa para fazer pós-graduação."
O curso tem estágio obrigatório a partir do sétimo
semestre, mas segundo Freire, no quinto semestre muitos alunos já conseguem
colocações para fazer estágio.
Freire.
Salário inicial – R$ 3 mil
Duração do curso – 4 anos
Disciplinas – Bioquímica, biologia molecular,
tecnologia do DNA recombinante, engenharia bioquímica, processos
biotecnológicos, química industrial
Estudante pesquisa bactéria de infecção hospitalar
Estudo é realizado no laboratório do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e
testa resistência a antibióticos
O Estado de S.Paulo
Aos 22 anos, Juliana Rodrigues Calil é aluna do
sétimo semestre da faculdade de química e optou pela atribuição em biotecnologia
a partir do quinto semestre. Neste ano, Juliana está empenhada em sua pesquisa
de iniciação científica. "Desenvolvo o projeto no laboratório do Instituto de
Ciências Biomédicas da USP, com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPQ)."
O trabalho de pesquisa chama-se "O papel da proteína
PhoU em pseudomonas aeruginosa: relação com a resistência a antibióticos e
estresses ambientais."
A jovem cientista explica que as bactérias
pseudomonas são encontradas no chão e são capazes de viver em ambientes hostis.
Segundo Juliana, em organismos saudáveis elas não causam danos, mas provocam
infecção em pacientes debilitados que estejam hospitalizados.
Juliana diz que a pesquisa consiste em criar mutantes
dessas bactérias e expô-los ao estresse ambiental, como temperaturas extremas, e
avaliar se isso contribui para aumentar sua resistência aos antibióticos.
"Estou muito animada, porque o resultado será bem
aplicável, contribuindo para identificar formas de combatê-las."
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