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O GLOBO – 24/01/2018 – RIO DE JANEIRO, RJ

 “Resolvedores”: perfil que o mercado de trabalho quer

POR UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Inteligência emocional,
segurança, empatia e, principalmente, habilidade em lidar de maneira positiva e
ativa com as exigências do dia a dia de uma empresa, como metas, prazos curtos e
imprevistos. Essas são as características dos chamados “resolvedores”, um tipo
de colaborador cada vez mais estimulado e cobiçado por empregadores. Da mesma
forma, as universidades mobilizam esforços para formar profissionais com esse
perfil.

Roberto Picino, diretor
executivo da Michael Page, consultoria global de recrutamento, considera a
capacidade de resolver problemas uma combinação entre vocação e modelo mental,
aliada a uma inquietação com processos mal desenvolvidos.

— Esse tipo raro de
profissional tem algo que sempre o direciona do planejamento para a implantação,
com execução, prática e resolução — resume Roberto, que enxerga a postura também
como fruto de um acúmulo de aprendizados ao longo da carreira.

Com as empresas
apostando em descentralização e produtividade, o “resolvedor” de problemas
tornou-se o profissional ideal no mercado, de acordo com Claudio Riccioppo,
gerente de Carreiras e Recolocação Profissional da Ricci RH.

—As pessoas antes eram
contratadas pelas habilidades técnicas, mas as qualidades têm ganhado mais
espaço. O profissional solucionador tem mente voltada para resultados. Ele não
só resolve problemas como também os antecipa — ressalta Claudio.

O foco em soluções já é
uma tendência que ocorre no mercado de trabalho há algum tempo, segundo
Wellington Moreira, consultor empresarial e palestrante. Para o executivo,
atualmente existe apenas maior clareza entre os empregadores sobre as vantagens
de se contratar estes “resolvedores”.

— A diferença é que
agora as companhias conseguem mensurar a produtividade dessas pessoas, que é
absurdamente acima da média. Uma coisa é ter competência técnica, outra é
entregar resultados. De que adianta ter ferramentas incríveis e não utilizá-las?
O curso superior é apenas o primeiro passo — argumenta Wellington.

Teoria bem aplicada

É exatamente essa união
entre conhecimento e aplicação da teoria que Roberto Picino sugere aos novos
profissionais. Segundo o executivo, as empresas esperam qualidade técnica somada
à boa disposição para superar obstáculos.

— Todo campo de pesquisa
acrescenta algo ao estudante, mas não é uma fórmula objetiva, como “quem estuda
mais será um profissional melhor” ou algo similar. O interessante é cruzar a
dedicação aos estudos com a responsabilidade de atingir resultados práticos —
completa Roberto.

Considerada uma
característica rara, a resolução de problemas não precisa ser um traço de
personalidade inato. Na verdade, ser um “resolvedor” de imprevistos é algo a ser
exercitado.

— Estimular o pensamento
independente é uma das melhores formas de desenvolver essa capacidade. Em vez de
propor a solução para o aluno, utilize em sala de aula perguntas como “o que
você faria para resolver a questão se não tivesse ajuda por perto?”. É por meio
das perguntas, e não das respostas, que estimulamos essa qualidade— defende
Claudio.

Roberto Picino elege
alguns exercícios para desenvolver o comportamento no trabalho ou como aluno, na
faculdade. Um dos principais segredos é inserir o modelo mental em todas as
atividades, assim como perceber o valor do trabalho em equipe.

— Não existe fórmula. Na
verdade são boas iniciativas que nos levam para o caminho da resolução, como
otimismo, compromisso com resultados, senso de direção, capacidade de ouvir e
aprender com as pessoas. Afinal, ninguém resolve problemas sozinho. A melhor
estratégia é criar uma rotina de execução — conclui Roberto.


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