UOL EDUCAÇÃO – 30/11/2014 – SÃO PAULO, SP
Inep classifica escolas em 7 níveis socioeconômicos
ESTADÃO CONTEÚDO
As escolas passaram a
receber boletins de desempenho na Prova Brasil com a contextualização de dados e
também com mais detalhes pedagógicos sobre o que significam as notas médias. O
jornal `O Estado de S. Paulo` teve acesso nesta semana ao novo documento que o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) começou a
encaminhar na sexta-feira (28) para as unidades escolares.
A partir de agora, as
instituições serão classificadas em níveis socioeconômicos. São sete ao todo,
calculados a partir da renda indireta dos alunos (com perguntas, por exemplo,
sobre bens familiares) e escolaridade dos pais. Com a classificação
socioeconômica, o Inep apresenta os resultados da escola e também um quadro de
comparação com o Brasil e outras redes, como já ocorria, mas também com colégios
similares. Esses grupos de escolas são definidos tanto pelo nível socioeconômico
quanto pela rede e região.
Vários especialistas em
educação reclamavam que os dados de desempenho, como o Ideb e a Prova Brasil,
não levam em consideração a diferença de perfil de alunos ao comparar todos de
uma única forma. O maior responsável pela contextualização dos dados é o
presidente do Inep, Francisco Soares, que promete esses critérios para todas as
avaliações do Ministério da Educação (MEC). `A comparação é fundamental, mas
devo comparar a escola que trate com alunos parecidos`, diz ele. `A pobreza não
define, não é destino, mas é um fator no resultado. Precisamos saber por que
escolas parecidas têm sucesso e outras, não.`
Risco
O professor da USP
Ocimar Alavarse entende que é importante saber as diferenças socioeconômicas,
mas teme por um reflexo negativo. `Pode ter o risco de fazer com que as escolas
joguem a toalha ao ser classificada em níveis muito baixos`, afirmou. Segundo
dados obtidos pelo jornal `O Estado de S. Paulo`, a maioria da escolas (61%)
está nos níveis 4 e 5 – de uma escala de grupos que vai de 1 a 7.
O Inep também organizou
no documento de devolução da escola o porcentual de professores com formação
adequada. Mas, segundo Soares, o segundo aspecto mais importante é que o novo
documento traz uma explicação mais detalhada sobre o que provavelmente o
estudante sabe, de acordo com as notas alcançadas.
São correlações entre as
pontuações e os itens da Prova Brasil. `Estamos preocupados com essas duas
dimensões, da contextualização e da explicação. Isso é um avanço, mas ainda será
difícil para as escolas conseguirem fazer a vinculação com o trabalho na aula`,
disse Francisco Soares.
Portal
O instituto trabalha
para criar um portal em que será possível colocar a nota e visualizar os itens,
além de ter acesso a uma explicação sobre os níveis. (As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo)
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